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Todos os posts para o dia 16 março, 2011
Mas consideremos também qual é o êxito da impiedade, para que não reste, na mente do homem, sequer sombra de dúvida de que alguém possa prevalecer contra Deus. No profeta Jeremias, lê-se essa palavra dirigida a Deus: Aqueles que te abandonam ficarão confusos (Jr 17,13). O abandono de Deus leva à confusão e ao extravio até de si mesmo; quem quiser salvar a própria vida perdê-la-á, dizia Jesus (cf. Mt 16,25). “Perda”, “extravio” são as palavras que ocorrem com mais freqüência na Bíblia, ao se falar de pecado: a ovelha perdida, a dracma perdida, o filho perdido…
A mesma palavra com que se traduziu em grego o conceito bíblico de pecado, hamartia, contém a idéia de extravio e de fracasso; dizia-se de fato, de um rio que perde o seu leito e se espraia num pântano, da flecha que, arremessada, erra o alvo e perde-se no vazio. O pecado é, portanto, um fracasso e um fracasso radical. Um homem pode fracassar de muitos modos; como marido, como pai, como homem de negócios; se mulher, pode fracassar como esposa, como mãe; se sacerdote, pode fracassar como pároco, como superior, como diretor de consciências… Mas são fracassos relativos; sempre deixam uma possibilidade de compensação; alguém pode fracassar de todos esses modos e ser uma pessoa respeitabilíssima, até mesmo um santo. Mas com o pecado não se dá o mesmo; com o pecado, fracassa-se enquanto criatura, isto é, na realidade fundamental, naquilo que se “é”, não aquilo que se “faz”.
Este é o único caso em que se pode dizer de uma pessoa o que Jesus disse de Judas: “Teria sido melhor para ele não ter nascido” (Mt 26,24). O homem, pecando, julga ofender a Deus, mas na realidade ele “ofende”, isto é, danifica e rebaixa somente a si mesmo, para vergonha própria: Mas será que — diz Deus — esses ofendem a mim, ou pelo contrário a si mesmos para a própria vergonha? (Jr 7,19). Recusando glorificar a Deus, o homem acaba ficando ele mesmo “privado da glória de Deus”. O pecado ofende, isto é, entristece também a Deus, e o entristece muitíssimo, mas só enquanto mata o homem a quem ele ama; fere-o no seu amor.
Mas tentemos aprofundar ainda mais o olhar nas seqüelas do pecado. S. Paulo afirma que o salário do pecado é a morte (Rm 6,23). O pecado conduz à morte; não tanto porém à morte como ato — que duraria um instante — quanto à morte como estado, precisamente àquela que foi denominada “a doença mortal”, que é uma situação de morte crônica. Nesta situação, a criatura anseia desesperadamente por voltar ao nada, mas sem jamais poder consegui-lo; por isso vive numa eterna agonia.
Daqui nasce a danação e a pena do inferno: a criatura é forçada por Alguém mais forte do que ela a ser o que ela não aceita ser, isto é, dependente de Deus, e o seu tormento eterno é não conseguir desembaraçar-se nem de Deus nem de si mesma (cf. Kierkegaard, A doença mortal). Podemos encontrar uma situação dessas antes de tudo em Satanás, no qual o pecado logrou perfazer todo o seu curso e mostra claramente onde vai desembocar. Ele é o protótipo daqueles que, “embora conhecessem a Deus (e como conheciam!) não lhe prestaram glória e graça como a Deus”.
Mas não é necessário recorrer à imaginação, ou a quem sabe que especulação teológica, para saber quais são os sentimentos de Satanás a este respeito, já que ele mesmo as clama em altos brados, como eu dizia acima, aos ouvidos das almas que Deus ainda hoje lhe permite tentar, como tentou Jesus no deserto. “Nós não somos livres — grita ele —; nós não somos livres! Ainda que eu te mate, a alma sobrevive, não a podes fazer morrer, não podemos dizer não. Somos forçados a viver para sempre. É uma burla! não é verdade que Deus nos criou livres, não é verdade!” Diante de tais pensamentos sentem-se arrepios, porque parece estar escutando ao vivo alguns fragmentos da eterna disputa entre Satanás e Deus.
De fato, ele almejaria ser deixado livre de voltar ao nada. Mas que significa isso: talvez Satanás desejasse não existir, anular-se como antagonista de Deus, causando assim enorme prazer a Deus e a todos os amigos do bem? Não, certamente. É verdade que ele não desejaria ser aquele que é e desejaria ser diferente; não porém no sentido de que desejaria ser bom, ao invés de mau (se assim fosse, estaríamos perante a conversão de Satanás, que, pela infinita misericórdia de Deus, faria dele nova e imediatamente um anjo de luz), mas antes no sentido de que almejaria ser independente de Deus, sem ter ninguém acima de si, a quem ter de agradecer pelo que é. Almejaria existir, mas não “por favor do outro”.
Isto porém, não obstante todos os seus esforços, nunca mais será possível, porque o poder que está acima dele é mais forte do que ele e o força a existir. E eis que se chega, por esta via, ao puro desespero. Foi dito com acerto que “querer desesperadamente desembaraçar-se de si mesmo é a fórmula de toda a desesperança” e que, por isso, “o pecado é desesperança” (Kierkegaard, op. cit.). Optando pela via da autonomia absoluta de Deus, a criatura sente que ela comportará infelicidade e trevas, mas aceita pagar até este preço porque prefere, — como dizia São Bernardo — “ser infeliz na soberania, a ser feliz na submissão”(“misere praeese, quam feliciter subesse”, De grad. hum.) mostrando assim que a eternidade do inferno, da qual tantos se escandalizam, não depende de Deus, que sempre está pronto a perdoar, mas da criatura que não quer ser perdoada e acusaria Deus de não respeitar a sua liberdade se o fizesse.
Nós hoje temos a possibilidade de verificar de modo mais concreto e acessível à nossa experiência qual é o êxito do pecado observando o que está acontecendo na nossa cultura atual, depois que a rejeição de Deus foi levada, em certos ambientes, às suas últimas conseqüências. Um filósofo que já mencionei — para quem o pecado não passava de uma ignóbil “invenção judaica” e o bem e o mal, de simples “preconceitos de Deus”`— escreveu estas palavras (novamente, julgamos as palavras, não as intenções): “Nós o matamos; nós somos os assassinos de Deus!”
Mas esta mesma pessoa, entrevendo depois, ou experimentando em si mesmo as sinistras conseqüências de tal ato acrescentou: “O que foi que fizemos, desprendendo este mundo da amarra do seu sol? Onde é que ele se move agora? Onde nos movemos nós? Não seria o nosso, um eterno despenhar-se? Para trás, de lado, à frente, por todos os lados? Não estaríamos talvez vagando como através de um infinito nada?” (F. Nietzsche, La gaia scienza). “Matar a Deus é deveras — como foi dito — o mais horrendo suicídio”. O salário do pecado é realmente a morte, e o niilismo de uma parte do pensamento moderno é a sua demonstração.
No termo desta viagem pelo mundo da impiedade, voltam-me à mente as palavras de um salmo de que ouso apropriar-me repetindo-o com aflição. Porque também eu
“Digo a quem se orgulha: “Não vos orgulheis”. E aos ímpios: “Não levanteis a cabeça!” Não alceis a cabeça contra o céu, não faleis contra Deus com insolência… Pois na mão do Senhor há uma taça repleta de vinho temperado. Dela dá a beber; deverão sorvê-la até as fazes, dela beberão os ímpios da terra” (Sl 75,5-9).
Escola de Formação Shalom
Senhor, tende piedade de nós Senhor, tende piedade de nós
Cristo, tende piedade de nós Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós Senhor, tende piedade de nós
Cristo, ouvi-nos Cristo, ouvi-nos
Cristo, atendei-nos Cristo, atendei-nos
Deus, Pai celestial, tende piedade de nós
Deus Filho, Redentor do mundo,
Espírito Santo que sois Deus,
Santíssima Trindade que sois um só Deus,
Jesus, Sacerdote e Vítima, tende piedade de nós
Jesus, Sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedec,
Jesus, Sacerdote a quem o Pai enviou a evangelizar os pobres,
Jesus, Sacerdote que na última Ceia instituístes o memorial do Vosso sacrifício,
Jesus, Sacerdote sempre vivo para interceder por nós,
Jesus, Pontífice a quem o Pai ungiu com a força do Espírito Santo,
Jesus, Pontífice tomado de entre os homens,
Jesus, Pontífice constituído em favor dos homens,
Jesus, Pontífice do nosso testemunho,
Jesus, Pontífice de maior glória que Moisés,
Jesus, Pontífice do autêntico Templo,
Jesus, Pontífice dos bens futuros,
Jesus, Pontífice inocente, imaculado e santo,
Jesus, Pontífice misericordioso e fiel,
Jesus, Pontífice consumido pelo zelo do Pai e das almas,
Jesus, Pontífice perfeito para sempre,
Jesus, Pontífice que entrastes nos céus derramando o Vosso próprio sangue,
Jesus, Pontífice que iniciaste um novo caminho em nosso favor,
Jesus, Pontífice que nos amastes e nos purificastes do pecado pelo Vosso sangue,
Jesus, Pontífice que Vos entregastes a Deus como oblação e vítima,
Jesus, Vítima dos Homens,
Jesus, Vítima santa e imaculada,
Jesus, Vítima indulgente,
Jesus, Vítima pacífica,
Jesus, Vítima de propiciação e digna de louvor,
Jesus, Vitima da reconciliação e da paz,
Jesus, Vítima na qual temos a fé e o acesso para Deus,
Jesus, Vítima que vive pelos séculos dos séculos,
Sede-nos propício, atendei-nos, Senhor
Sede-nos propício, livrai-nos, Senhor
Da busca temerária do ministério, livrai-nos, Senhor
Do pecado do sacrilégio,
Do espírito de incontinência,
De desejos desonestos,
De toda ignominiosa simonia,
Do abuso dos bens da Igreja,
Do amor do mundo e das suas vaidades,
Da indigna celebração dos Vossos Mistérios,
Pelo Vosso sacerdócio eterno,
Pela Vossa santa unção, pela qual o Pai Vos constituiu como Sumo Sacerdote,
Pelo Vosso espírito sacerdotal,
Por aquele ministério pelo qual glorificastes na terra a Deus Pai,
Pela cruenta imolação do Vosso corpo na cruz, realizada de uma vez para sempre,
Por aquele mesmo Sacrifício que se renova cada dia no altar,
Por aquele poder divino, que exerceis de maneira invisível por meio dos sacerdotes,
Para que Vos digneis conservar na santidade toda a Ordem Sacerdotal,
Nós Vos rogamos, Senhor, ouvi-nos
Para que concedas ao teu povo pastores segundo o Vosso coração,
Para que os enchas de espírito sacerdotal,
Para que os lábios dos sacerdotes guardem a Vossa sabedoria,
Para que envieis operários para a Vossa messe,
Para que aumenteis o número de fiéis dispensadores dos Vossos mistérios,
Para que lhes concedeis paciência no ministério, eficácia na ação e perseverança na oração,
Para que, por seu intermédio, se promova em toda a parte o culto do Santíssimo Sacramento,
Para que recebais no gozo eterno os que desempenharam o ministério,
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós, Senhor.
Cristo, Sacerdote eterno, ouvi-nos.
Cristo, Sumo e eterno Sacerdote, atendei-nos.
Oremos
Ó Deus, Vós que cuidais e santificais a Vossa Igreja, por meio do Vosso Espírito, suscitai nela dispensadores fiéis e idôneos para os Santos Mistérios, para que por seu ministério e exemplo, o povo cristão, protegido por Vós, progrida no caminho da Salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
R/. Amém
Caros jovens de Turim!
Caros jovens que vêm do Piemonte e das Regiões circunvizinhas!
Estou realmente feliz por estar com vocês, nesta minha visita a Turim para a veneração do Santo Sudário. Saúdo a todos vocês com grande afeto e agradeço-lhes pela acolhida e pelo entusiasmo da fé de vocês. Através de vocês saúdo toda a juventude de Turim e das Dioceses do Piemonte, com uma oração especial pelos jovens que vivem situações de sofrimento, de dificuldade e de desorientamento. Um pensamento especial e um forte encorajamento dirijo aos que entre vocês estão percorrendo o caminho em direção ao sacerdócio, a vida consagrada, assim como em direção a escolhas generosas de serviço aos últimos. Agradeço o Pastor de vocês, o Cardeal Severino Poletto, pelas cordiais expressões que me dirigiu e agradeço os representantes de vocês que exprimiram os propósitos, as problemáticas e as expectaticas da juventude desta cidade e região.
Vinte cinco anos atrás, por ocasião do Ano Internacional da Juventude, o venerável João Paulo II dirigiu uma Carta apostólica aos jovens e às jovens do mundo, focada sobre o encontro de Jesus com o jovem rico do qual fala o Evangelho (Carta aos Jovens, 31 de março de 1985). Exatamente partindo desta página (cfr Mc 10, 17-22; Mt 19, 16-22), que foi objeto de reflexão também da minha Mensagem deste ano para o Dia Mundial da Juventude, gostaria de apresentar-lhes alguns pensamentos que possam lhes ajudar no crescimento espiritual e na missão de vocês dentro da Igreja e no mundo.
O jovem do evangelho pede a Jesus: “O que devo fazer para alcançar a vida eterna?”. Hoje não é fácil falar de vida eterna e de realidades eternas, porque a mentalidade do nosso tempo nos diz que não existe nada de definitivo: tudo muda, e ainda mais, rapidamente. “Mudar” tornou-se, em muitos casos, uma palavra de ordem, o exercício mais exaltante da liberdade, e assim também vocês jovens foram frequentemente levados a pensar que é impossível realizar escolhas definitivas, que empenhem para toda a vida. Mas é esse o modo justo de usar a liberdade? É realmente verdade que para ser feliz devemos acontentar-nos de pequenas e fugazes alegrias momentâneas, as quais uma vez acabadas, deixam amargura no coração? Caros jovens, não é essa a verdadeira liberdade, a felicidade não se alcança assim. Cada um de nós foi criado não para realizar escolhas provisórias e revogáveis, mas escolhas definitivas e irrevogáveis, que dão sentido pleno à existência. Isso vemos em nossa vida: cada experiência bela, que nos enche de felicidade, gostaríamos que não tivesse mais fim. Deus nos criou em vista do “para sempre”, colocou no coração de cada um de nós a semente para uma vida que realize algo de belo e de grande. Tenham coragem de fazer escolhas definitivas e vivam-nas com fidelidade! O Senhor poderá chamar-lhes ao matrimônio, ao sacerdócio, à vida consagrada, a um dom particular de vocês mesmos: respondam-lhe com generosidade!
No diálogo com o jovem, que possuía muitas riquezas, Jesus indica qual é a riqueza maior da vida: o amor. Amar a Deus e amar aos outros com tudo de si. A palavra amor – já sabemos – se presta a várias interpretações e tem diversos significados: nós precisamos de um Mestre, Cristo, que nos indique o sentido mais autêntico e mais profundo, que nos guia à fonte do amor e da vida. Amor é o nome próprio de Deus. O Apóstolo João nos recorda: “Deus é amor”, e acrescenta que “não fomos nós a amar Deus, mas foi ele que nos amou e mandou seu Filho”. E “se Deus nos amou assim, também nós devemos amar-nos uns aos outros” (1Jo 4,8.10.11). No encontro com Cristo e no amor recíproco experimentamos em nós a própria vida de Deus, que permanece em nós com seu amor perfeito, total, eterno (cfr 1 Jo 4, 12). Não há nada, portanto, de maior para o homem, um ser mortal e limitado, que participar da vida de amor de Deus. Hoje, vivemos um contexto cultural que não favorece as relações humanas profundas e desinteressadas, mas, ao contrário, induz frequentemente, ao fechamento em si mesmo, ao individualismo, a deixar prevalecer o egoísmo que existe no homem. Mas o coração de um jovem é por natureza sensível ao amor verdadeiro. Por isso me dirijo com grande confiança a cada um de vocês e lhes digo: não é fácil fazer da vida de vocês algo de belo e de grande, é desafiante, mas com Cristo tudo é possível!
No olhar de Jesus que fixa com amor o jovem do evangelho, colhemos todo o desejo de Deus de estar conosco, de estar ao nosso lado. Sim, caros jovens, Jesus quer ser amigo de vocês, irmão de vocês na vida, o mestre que lhes mostra o caminho a percorrer para alcançar a felicidade. Ele ama vocês por aquilo que vocês são, na fragilidade de vocês e fraqueza, porque, tocados por seu amor, possam ser transformados. Vivam este encontro com o amor de Cristo em uma forte relação pessoal com Ele; vivam-no na Igreja, sobretudo nos Sacramentos. Vivam-no na Eucaristia, na qual se torna presente o seu Sacrifício: Ele realmente doa o seu Corpo e o seu Sangue por nós, para redimir os pecados da humanidade, para que nos tornemos uma coisa só com Ele, para que aprendamos também nós a lógica do doar-se. Vivam-no na Confissão, onde, oferecendo-nos o seu perdão, Jesus nos acolhe com todos os nossos limites para dar-nos um coração novo, capaz de amar como Ele. Aprendam a ter familiaridade com a Palavra de Deus, a meditá-la, especialmente na lectio divina, a leitura espiritual da Bíblia. Enfim, saibam encontrar o amor de Cristo no testemunho da caridade da Igreja. Turim lhes oferece, em sua história, esplêndidos exemplos: sigam-nos, vivendo concretamente a gratuidade do serviço. Tudo na comunidade eclesial deve estar voltado para que os homens toquem a infinita caridade de Deus.
Caros amigos, o amor de Cristo pelo jovem do Evangelho é o mesmo que ele tem por cada um de vocês. Não é um amor confinado no passado, não é uma ilusão, não é reservado a poucos. Vocês encontrarão este amor e o experimentarão em toda fecundidade se com sinceridade vocês buscarem o Senhor e se viverem com compromisso a participação de vocês na vida da comunidade cristã. Cada se sinta “parte viva” da Igreja, envolvido na obra de evangelização, sem medo, em um espírito de sincera harmonia com os irmãos na fé e em comunhão com os Pastores, saindo de um tendência individualista também na vivência da fé, para respirar a plenos pulmões a beleza de fazer parte do grande mosaico da Igreja de Cristo.
Esta noite não posso não apontar-lhes como modelo um jovem da cidade de vocês: o beato Piergiorgio Frassatti, cujo vigésimo aniversário de beatificação celebramos este ano. A sua existência foi envolvida inteiramente pela graça e pelo amor de Deus e foi consumida, com serenidade e alegria, no serviço apaixonado a Cristo e aos irmãos. Jovem como vocês, viveu um grande compromisso com sua formação cristã e deu o seu testemunho de fé, simples e eficaz. Um jovem fascinado pela beleza do Evangelho das bem-aventuranças, que experimentou toda a alegria de ser amigo de Cristo, de segui-lo, de se sentir em modo vivo parte da Igreja. Caros jovens, tenham a coragem de escolher aquilo que é essencial na vida! “Viver e não ter uma ‘vidinha’” repetia o beato Piergiorgio Frassati. Como ele, descubram que vale a pena comprometer-se por Deus e com Deus, e responder seu chamado nas escolhas fundamentais e do dia-a-dia, mesmo quando custa!
O percurso espiritual do beato Piergiorgio Frassati recorda que o caminho dos discípulos de Cristo requer a coragem de sair de si, para seguir a estrada do Evangelho. Este exigente caminho do espírito, vocês o vivem nas paróquias e nas outras realidades eclesiais; o vivem também na peregrinação do Dia Mundial da Juventude, encontro sempre muito esperado. Sei que vocês estão se preparando para o próximo encontro, programado para agosto de 2011 em Madri. Desejo de coração que este extraordinário evento, ao qual espero possam participar numerosos, contribua para fazer crescer em cada um o entusiasmo e a fidelidade no seguir Cristo e acolher com alegria a sua mensagem, fonte de vida nova.
Jovens de Turim e do Piemonte, sejam testemunhas de Cristo neste nosso tempo! O Santo Sudário seja de modo todo particular para vocês um convite para imprimir no espírito de vocês a face amorosa de Deus, para que sejam vocês mesmos, nos ambientes de vocês, com os seus coetâneos, uma expressão crível do rosto de Cristo. Maria, que vocês veneram nos Santuários marianos de vocês, e são João Bosco, Padroeiro da Juventude, ajudem vocês a seguir Cristo sem nunca se cansar. E lhes acompanhe sempre a minha oração e a minha Benção, que lhes dou com grande afeto.