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Padre Paulo Ricardo
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Sobre o altar acontece a salvação
Padre Paulo Ricardo
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com
O Papa Bento XVI, desde o tempo de cardeal, fala de uma reforma litúrgica. No Concílio Vaticano II, ele pediu uma certa reforma do missal, pois a forma pela qual celebramos a Santa Missa precisava ser adaptada para que o povo pudesse compreendê-la melhor.
Na celebração da Santa Missa, Deus é o centro de tudo. Assim, antes do Concílio, todas as pessoas olhavam para a mesma direção, inclusive o padre, de frente para Deus. O sacerdote, quando se sentava, ficava de lado no altar. O atual Papa começou a refletir, então, que o jeito de celebrar a Missa, hoje em dia, está colocando o padre no centro, em vez de colocar Deus. É por isso que, muitas vezes, alguns sacerdotes fazem Missas que são mais show do que adoração.
Na celebração da Eucaristia, Deus deve estar no centro. Para mostrar a necessidade de repensar sobre isso, Bento XVI, quando ainda era cardeal, começou um movimento litúrgico a fim de tentar colocar o Senhor no centro novamente. Ele sugeriu um passo pedagógico: colocar, no centro do altar, o crucifixo para que todos saibam que o padre está falando com Deus ao celebrar a Missa.
Meus irmãos, nós precisamos voltar a ‘rezar Missa’, pois, olhando para o Crucificado, estamos olhando para a imagem do Pai. Esta é a primeira pérola do Papa Bento XVI: a cruz no centro do altar.
Todos os movimentos profundos que aconteceram na Igreja precisaram tocar o povo, porque este precisa aprender que, no centro do altar, está Jesus Cristo. Precisamos de Missa que seja salvação, por meio da qual nos colocamos em profunda comunhão com o Senhor.
A segunda pérola do atual Sumo Pontífice é que, a partir do Corpus Christi de 2008, ele começou a dar comunhão aos fiéis na boca, pedindo a estes que se ajoelhassem.
"Na celebração da Eucaristia, Deus deve estar no centro."
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com
Se lermos os documentos litúrgicos, descobriremos que a forma normal de receber a comunhão é na boca. O fiel fica de frente para o sacerdote, de mãos postas. O padre eleva a hóstia, o fiel diz ‘amém’ e abre a boca, colocando a língua levemente para fora e o padre deposita a sagrada comunhão na sua língua.
Ao longo dos séculos, a Igreja foi percebendo que, com a comunhão na mão, havia o perigo de que as partículas do Corpo de Cristo se perdessem. Por isso, a comunhão na boca deve ser preferida.
A lei litúrgica diz que os fiéis devem manifestar sua adoração com uma reverência. Então, as pessoas podem receber a comunhão de joelhos (isso já é uma adoração). No entanto, se estas têm problemas de saúde ou o pároco não aceita que os fiéis recebam a comunhão de joelhos, elas devem fazer a devida reverência, colocando o joelho direito próximo ao calcanhar esquerdo, com a postura ereta. Caso também não possam fazer essa genuflexão, façam uma inclinação profunda. Assim, recebem a comunhão adorando a Nosso Senhor. Essa é a tradição da Igreja, “porque não deve comer dessa carne quem não adorou primeiro” (Santo Agostinho).
Essa é a beleza de poder adorar a Deus, inclinar-se diante dEle. A Eucaristia é o dom mais precioso que recebemos do Senhor.
Pe. Paulo Ricardo convoca todos os cristãos e homens de boa vontade a lutar pela vida. Apoia e confirma as denúncias dos bispos da Regional Sul 1 contra o Partido dos Trabalhadores (PT) em sua tentativa de legalizar o aborto em nosso país.
Fonte: www.padrepauloricardo.org – Christo Nihil Praeponere
Programa Escola da Fé (TV Canção Nova) especial com Pe Paulo Ricardo sobre a História da Igreja. Imperdível!
exibido 29/07/2010
Escola da Fé – Canção Nova – 28/01/2010 Por Prof. Felipe Aquino Participação especial: Pe. Paulo Ricardo Tema: Teologia da Libertação e PNDH-3 (Programa Nacional de Direitos Humanos)
Tai um presentaço pra todos os visitantes do blog São Pio, o programa completo, que é uma grande oportunidade pra voce entender melhor e identificar o que é “Heresia da Libertação”, que continua causando grandes sequelas a Igreja no Brasil. O video foi gravado pelo Daniel P.Volpato (canal perrebr do YouTube: http://www.youtube.com/user/perrebr ) Agradecemos a ele por disponibilizar a toda comunidade virtual essa preciosidade que foi esse programa do dia 28/01, e que sera de grande utilidade a todo o povo Católico.
PARTE 00
PARTE 01
PARTE 02
PARTE 03
PARTE 04
PARTE 05
PARTE 06
PARTE 07
PARTE 08
PARTE 09
PARTE 10
PARTE 11
PARTE 12
PARTE 13
DEVOÇÃO EUCARÍSTICA – Homilia do Padre Paulo Ricardo na Quinta-feira de Adoração na Canção Nova
28/01/10
"Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote, ou debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro? 22Assim, tudo o que está em segredo deverá ser descoberto" (Mc 4, 21-22).
Durante vários anos como padre, insisti terminantemente que as pessoas comungassem na mão, porque, devido aos meus estudos, eu havia aprendido que para comungar clocamos uma mão em coma da outra fazendo uma cruz e, depois, fazemos uma concha. Assim, você faz, ao mesmo tempo, um “berço” (a manjedoura onde Jesus nasceu) e uma cruz (onde Jesus morreu). Sempre recordando que a mão esquerda tem de ficar em cima da mão direita, porque a mão direita tem de estar livre para você pegar a hóstia e colocá-la na boca. A mão deve estar na altura do peito, estendida na direção do padre.
Por muito tempo fiquei incomodado ao ver os seminaristas comungando na boca, mas sabia que eles tinham o direito de fazer isso. No entanto, sempre tentava fazê-los receber a Eucaristia na mão. Tudo isso era o que eu lutava e cria até pouco tempo atrás. Mas o papa Bento XVI me deu uma “rasteira”.
O Papa começou a dar a comunhão, na liturgia papal, para os fiéis de joelhos e na boca. Confesso que fiquei chocado com aquilo. Então, fui estudar, porque quando vemos o Papa tomar uma atitude, alguma razão ele deve ter.
Foi aí que descobri foi que a comunhão na mão (algo permitido canonicamente) é uma exceção, ou seja, para a lei canônica a forma comum de se comungar é na boca. Então, precisamos ficar com essa verdade. Estudando, descobri que não existe nunhuma referência de comunhão na mão, isso por que, nos países do Norte da Europa, as pessoas começaram a receber a comunhão na mão por desobediência, por rebeldia. O Vaticano tentou corrigi-los, mas não conseguiu e autorizou as conferências episcopais para, se achar oportuno, pedir autorização para a comungar na mão.
Mas por que, Bento XVI está agora, dando a comunhão na boca e de joelhos? O Papa está fazendo isso porque ele acredita que nós estamos correndo um risco muito grande de perder a devoção e a fé na Eucaristia, pois, infelizmente, em algumas igrejas, a presença de Jesus Eucarístico está se tornando uma piada.
Padres estão comentendo atos com a Eucaristia que é o caso de passarmos a noite adorando em desagravo a Jesus Eucarístico. Um exemplo é a situação de um sacerdote que, ao dirigir, tinha umas hóstias jogadas no banco de trás do carro. Questionado por alguém a quem ele havia dado carona, do porquê daquilo, o padre argumentou que aquilo era circunstancial, pois, segundo ele, Jesus só estava presente na Eucarstia durante a celebração da Missa; depois, já não está mais lá. Isso é um sacrilégio que não tem nome.
Diante disso, entendemos porque as pessoas vão perdendo a devoção na Eucaristia. Aos poucos a presença de Jesus Eucarístico está sendo perdida.
Portanto, eu padre Paulo, durante muito tempo, não gostei dessa história de comunhão na boca por causa de um arqueologismo. Porém, o Papa está dando um exemplo. Mas ele não quer que todos, de repente, comecem a comungar de joelhos e na boca. Ele quer pôr um movimento em ação, quer dar o exemplo para que, sem decretar nenhuma lei ou sem enfrentar divisões, comecemos a comungar na boca e de joelhos.
Essa atitude é você quem vai analisar, ter a prudência de ver qual é a situação da sua paróquia, do seu padre e do seu bispo, pois pode ser que eles ainda não saibam disso. Eu mesmo levei tempo para descobrir que comunhão na boca é o normal. Levei tempo para achar normal um fiel comungar de joelhos. Então, meus irmãos, com muito amor a Cristo e à Sua Igreja, vamos olhar para o exemplo do Papa e fazer um exame de consciência para saber como está nosso respeito por Cristo presente na Eucaristia.
Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso
Entrevista de 2007 mas ainda bastante atual, do Pe Paulo Ricardo, feita pela equipe do portal cancaonova.com, reproduzo alguns trechos importantes:
Padre Paulo Ricardo foi nomeado pelo Papa João Paulo II, em 2002, como consultor da Sagrada Congregação do Clero em assuntos de Catequese. Com a experiência de consultor da Sagrada Congregação para o Clero, ele expõe sua visão sobre realidades da Igreja no Brasil
cancaonova.com: O senhor disse em pregação do dia 25 de janeiro, na Canção Nova, que se converteu após cinco anos de sacerdócio. Como pode alguém já ser padre e não ter tido uma experiência pessoal com Jesus?
Padre Paulo Ricardo: O que eu quis afirmar nessa Santa Missa é que aquela foi a conversão mais forte que aconteceu na minha vida. Eu conheço a Renovação Carismática Católica desde que eu era adolescente e vivia nos Estados Unidos, em 1983. Depois, vim para o Brasil com o "gás" todo, batizado no Espírito Santo, rezando em línguas. Entrei para o seminário, mas como a vida é feita de progressos e regressos, lá dentro, eu senti que as coisas de Deus foram tomando o lugar de Deus. Às vezes, nós usamos "as coisas de Deus" e nos esquecemos do "Deus das coisas", pegamos aqueles presentes que Ele nos dá e os transformamos em ídolos. Para mim, o sacerdócio, o meu ministério e as coisas da Igreja foram se transformando em ídolos naquela época. Foi somente em 1997, que, visitado pelo sofrimento, eu descobri a grandeza da cruz na minha vida.
cancaonova.com: Quais sofrimentos foram estes?
Padre Paulo Ricardo: Eu passei por uma série de calúnias na minha vida como sacerdote, perdas afetivas de pessoas, seminaristas que eu achava que iriam se tornar padres e não se tornaram. Tive várias frustrações. Um "belo" dia, 31 de janeiro de 1997, dia de São João Bosco, Deus me visitou na oração, dizendo-me que eu deveria esperar, porque aquele sofrimento não tinha sentido para mim, mas para Jesus sim.
Quando eu descobri a ressurreição, que está atrás da cruz, aconteceu a minha maior conversão e ressurreição também. A partir daí, eu comecei, verdadeiramente, a ser um sacerdote. Eu já era padre, mas ser sacerdote é ser como Cristo, é oferecer-se imolado na cruz.
cancaonova.com: O que os seminaristas podem fazer para se orientarem e não permitirem que isso aconteça com eles?
Padre Paulo Ricardo: A primeira coisa é saber que nada substitui a nossa experiência com Deus e que eles devem purificar as suas intenções. Costumo dizer que a razão pela qual o seminarista entra no seminário, não é a razão pela qual ele permanece lá. Muitas vezes, entramos por razões equivocadas, seja para fazer uma carreira, porque achamos o ato eclesiástico bonito, queremos ser importantes ou porque temos alguma vaidade. Mas Deus é muito esperto, e nos chama assim mesmo.
Como diz o profeta Oséias: "Deus nos atrai com laços humanos". Depois, Ele acaba com esses laços, mas, então, já estamos na "armadilha" d’Ele. Por isso, é importante que o seminarista saiba voltar-se cada vez mais para o Senhor. Mas para que isso aconteça, ele precisa ter clareza, identidade sacerdotal, porque um sacerdote não é apenas um homem, é um sacrifício.
cancaonova.com: Em seu site, o senhor afirma que a Igreja Católica no Brasil sofre de "AIDS Espiritual". Por quê?
Padre Paulo Ricardo: Para entendermos a "AIDS espiritual", precisamos entender a AIDS física. Ela é uma deficiência que torna o corpo incapaz de "soar o alarme" e dizer que tem algum elemento agressor em nosso corpo, o qual está nos fazendo mal. O sistema imunológico trata o vírus como amigo, e "chama" aquilo que lhe faz mal de amigo.
A Igreja no Brasil está doente por causa de uma mania chamada "politicamente correto", ou seja, nós não queremos chamar o mal de mal. Por exemplo, nós já não queremos dizer que o homossexualismo é algo que precisa ser curado porque isso não é "politicamente correto". Todo mundo fica com medo de ser processado pelo "movimento gay"; e isso intimida a todos. Nós vivemos numa época em que os maus têm uma arrogância, um destemor, mas nós, que estamos lutando para o bem, somos tímidos. Com isso, é claro que a maldade só poderia crescer como uma "AIDS Espiritual", mas antes de irmos contra ela, precisamos dar-lhe o nome correto, por mais feio que seja, e identificar essas dificuldades.
cancaonova.com: A AIDS física não tem cura. E a "AIDS espiritual" tem? Como combatê-la?
Padre Paulo Ricardo: Ela tem cura sim, mas é necessário que a pessoa tenha um amor pela verdade maior do que pela harmonia, pela paz. Atualmente, nós não somos amantes da paz como Jesus nos pede: "Bem-aventurados aqueles que promovem a paz". Ao contrário, nós somos irenistas, ou seja, queremos colocar "panos quentes" em tudo.
É necessário que nosso amor pela verdade seja maior do que pela tranqüilidade. A pessoa que ama a verdade, abraça-a mesmo que ela doa. Jesus disse que a verdade nos libertará, mas Ele não disse que promovê-la seria prazeroso. Quando eu me encontro com a minha verdade de pecador, isto pode ser extremamente doloroso, mas é uma dor que redime, que salva, porque atrás dela há uma ressurreição.
Nós, cristãos, não somos masoquistas, não gostamos de sofrer, mas, às vezes, existe algo mais valioso do que a tranqüilidade que estamos vivendo. Na verdade, isso é uma crise de valores, uma crise axiológica, ou seja, uma crise em que os valores estão fora de lugar, e não são os mesmos de antes. Nós colocamos como supremo valor a nossa tranqüilidade e o nosso bem-estar.
cancaonova.com: Há erros doutrinários que assolam o Brasil hoje?
Padre Paulo Ricardo: O mais trágico, hoje, na Igreja do Brasil é que nós estamos deixando Jesus de lado. Não que a Igreja Católica em si O esteja deixando de lado, mas existem pessoas e tendências dentro dela que estão fazendo isso. Por exemplo, com essa coisa do "pluralismo religioso", do "macro-ecumenismo", Jesus se tornou um grande incômodo. E não sou eu que digo isso, quem diz isso é o Papa Bento XVI num livro, que ele escreveu quando ainda era sacerdote, no final da década de 60, chamado "Introdução ao Cristianismo". Nesta obra, ele diz que Jesus se tornou um grande incômodo porque, – se querem unir as religiões –, Jesus é aquele que nos divide em cristãos e não-cristãos.
Fica muito mais fácil pregar essa beleza de que Deus é Pai, é maravilhoso e deixar Jesus de lado, com o pretexto de que Ele está nos incomodando e nos dividindo. Eu conheço padres que são capazes de falar horas a respeito de Deus sem pronunciar a palavra Jesus, porque Ele está sendo, aos poucos, inconscientemente, deixado de lado por eles.
cancaonova.com: Então Jesus incomoda mais do que Deus?
Padre Paulo Ricardo: Sim, porque um Deus que não se fez carne é um Deus que eu posso mais facilmente manipular. Mas um Deus que se fez carne, que tem uma história que eu não posso negar, este não dá para eu manipular, por isso Ele incomoda.
Só para se ter uma idéia, existem livros publicados aqui no Brasil com os seguintes títulos: "Jesus, símbolo de Deus". Pense bem! Quer dizer, para muitos, Jesus não é Deus, Ele é só símbolo de Deus. Outro livro: "A Metáfora do Deus Encarnado". Para quem não entendeu a palavra metáfora, ela está dizendo que o fato de que Deus se encarnou e se fez homem, é somente uma comparação, é poesia, e que, de fato, Deus não se encarnou. Só a partir dos títulos desses dois livros, você já imagina que tipo de coisa está sendo publicada no Brasil e utilizada em faculdades teológicas "à luz do dia", sem ninguém dizer nada. Uma Igreja que não se levanta para absurdos como esses, não é uma Igreja que "sofre de AIDS"? Nós precisamos chamar o mal de mal e a heresia de heresia!
cancaonova.com: Quais livros o senhor indica a quem deseja se aprofundar nesses assuntos?
Padre Paulo Ricardo: Os livros, de uma forma geral, do professor Felipe Aquino são extraordinários e conhecidos entre nós. Outros, que eu posso citar, são os livros do Santo Padre Bento XVI, e outros dois que, infelizmente, são pouco publicados aqui no Brasil: "A fé em crise" e "O sal da terra". São entrevistas que fazem uma radiografia da crise da Igreja nos tempos atuais. Eles fazem um diagnóstico preciso e extraordinário daquilo que a Igreja vive atualmente.
Existe uma série de tentativas da grande mídia internacional de lançar uma "cortina de fumaça" entre os fiéis e a figura de Jesus para impedí-los de ter um contato direto com o Jesus dos Evangelhos. A teologia liberal impede os cristãos de entrar em contato com Cristo, porque, segundo ela, Ele não fez milagres, não multiplicou pães, não curou leprosos, nem ressuscitou. Coisas absurdas assim são ditas em faculdades de Teologia. Mas o Sumo Pontífice, atento às necessidades do mundo moderno, vai lançar um livro, no primeiro semestre deste ano de 2007, sobre Jesus Cristo, cujo título vai ser "Jesus de Nazaré, do batismo no Jordão até a transfiguração".
Bento XVI é o maior teólogo vivo da atualidade. Sem dúvida nenhuma, este livro nos dará acesso ao Jesus dos Evangelhos.
cancaonova.com: João Paulo II nomeou o senhor, em 2002, como consultor da Sagrada Congregação do Clero em assuntos de Catequese. Qual é a sua missão nesse sentido?
Padre Paulo Ricardo: Trata-se do Conselho Internacional de Catequese. São sete pessoas do mundo inteiro escolhidas pela Santa Sé para aconselhar o Vaticano em termos de catequese. Em 1992, a Igreja Católica publicou o Catecismo da Igreja Católica. Em 2002, foi convocado um Congresso Internacional de Catequese no Vaticano, onde estavam presentes vários cardeais especialistas em catequese do mundo inteiro, inclusive o então cardeal Ratzinger.
Fui convidado a fazer uma preleção a respeito da situação da catequese no Brasil. Uma das coisas que eu disse, e que repito agora, é que a catequese no Brasil precisa mudar, porque, infelizmente, muitas pessoas ligadas à mentalidade da "Teologia da Libertação" quiseram fazer da catequese um instrumento de transformação social. Para essas pessoas, a finalidade dela [catequese] não é instruir o cristão na fé, mas lhe transmitir valores sociais para implantar o socialismo.
As crianças e jovens que chegam à recepção dos sacramentos não têm a mínima idéia do que seja a fé verdadeira e as principais doutrinas da Igreja, porque a catequese brasileira está obcecada com a transformação social. O problema é que a catequese foi criada para fazer bons cristãos, mas esses senhores de tendências marxistas têm "na agenda deles" que o importante é transformar a sociedade e trazê-la mais próxima do socialismo. Assim, "vende-se" a catequese para esse tipo de finalidade, que não é a finalidade da própria natureza da obra catequética.
Entrevista completa disponivel em: http://www.cancaonova.com/portal/canais/entrevista/entrevistas.php?id=355
Contato: http://www.padrepauloricardo.org
Data Publicação: 05/02/2007
Transcrição da super pregação que aconteceu nesse fim de semana 24/01/10 na sede da Canção Nova em Cachoeira Paulista-SP
Jovens, sexo e ateísmo
Gostaria de falar a respeito de um tema bastante polêmico:“Como educar os filhos para a vivência da sexualidade”. É um tema que gera bastante discussão porque a sexualidade que nos católicos pensamos está diferente do mundo.
Quando nós queremos educar os filhos a respeito da sexualidade, eles vêm com a mentalidade da escola; e infelizmente nós pagamos os professores para perverterem a educação de nossos filhos, então o caminho é não confiar na escola, porque a escola irá ensinar algo errado, até que se prove o contrário. Infelizmente é isso, e eu vou explicar.
Por que a escola e os meios de comunicação vão ensinar mal os nossos filhos a respeito da sexualidade? Porque a sociedade está vivendo no ateísmo, a educação está montada no ateísmo, é preciso que nossos filhos saibam disso.
Não é possível educar nossos filhos de forma cristã na sexualidade, sem romper com o pensamento da sociedade atual.Infelizmente esse é o pensamento da classe falante: jornalistas, advogados, psicólogos, políticos, terapeutas, professores. Há uma lacuna muito grande entre a classe pensante e o povo brasileiro. O povo brasileiro tem uma moral sexual conservadora, isso é uma estatística do Datafolha, IBGE, a maior parte dos jovens brasileiros são conservadores. Quando ele se casa, casa com mentalidade de que quer que dê certo, o comportamento dele é uma coisa, mas o pensamento é outro, é conservador. A maior parte dos jovens é contra liberação das drogas, mas essa não é a opinião da classe falante, e o nosso país é conduzido pela classe falante, políticos que transmitem opinião, professores, jornalistas, advogados, psicólogos, e o que eles falam não é o que o povo brasileiro pensa.
A classe falante é muito liberal, e eles querem incutir na cabeça de nossos jovens essa opinião deles. Se nós, maioria cristã, continuarmos calados, eles vão conseguir cada vez mais incutir esse pensamento na cabeça dos jovens, nós precisamos falar e ter coragem de romper com esse silêncio, pronunciar que nós somos cidadãos cristãos.
"Querem tornar o cristianismo uma realidade das catacumbas", denuncia padre Paulo Ricardo
Agora querem tirar os símbolos cristãos de todos os lugares, querem tornar o cristianismo uma realidade das catacumbas. Dizem que não querem ofender os que não são católicos, não podem ofender a minoria. Por que isso vai ofender os ateus? Não ter uma religião é também uma atitude religiosa. Ao invés de ter uma cruz na parede eu ter uma parede vazia é ter uma atitude religiosa.
Escute meu irmão ateu, você acha que ser cristão em público é feio, eu acho que ser ateu em público é muito pior, é mais feio. Uma cidade vazia de símbolos religiosos é também uma atitude religiosa que mostra que esta cidade não tem Deus.
O filósofo francês Jean-Paul Sartre Jean via o existencialismo como uma filosofia, para ele é um fato levar até as últimas consequências que Deus não existe. “Se Deus não existe, ninguém pensou o homem, então não existe certo ou errado”. Como Raul Seixas: “eu prefiro ser essa metaformose ambulante”. Vê o homem como fruto de uma mudança contínua, isso se chama ateísmo.
A respeito do sexo, como está pensando essa classe falante? Eles dizem assim: o importante é a pessoa se sentir bem, não tem certo ou errado. Isso é dizer que não existe um projeto, você que é o deus da história. Deus tem um projeto para nós, veja seu corpo, você sabe para que serve cada parte de seu corpo, que mostram a inteligência de Deus. Deus pensou o homem para a mulher e a mulher para o homem, mas muitos pensam: eu não quero viver o sexo dessa forma, quero viver da forma que me agrada, quero ter sexo com animais. Isso é uma desobediência ao Criador. E é isso que estão incutindo nas cabeças de nossos filhos, pois sempre dizem que o importante é a pessoa se sentir bem. Pode ser que o jornalista, o professor, o advogado que fale isso não seja ateu, mas o pensamento é ateu. O ateísmo está tomando conta da nossa sociedade sem se mostrar. O ateísmo se apresenta como humanismo, algo favorável ao homem, tolerante.
Os nossos jovens, infelizmente, já fizeram sexo para entender que estão se destruindo, basta que alguém fale isso para eles, mas essa multidão da classe falante fala o oposto, psicólogos, pedagogos, políticos, professores, às vezes, até padres, que trabalham para o pensamento ateu –
Que horror! Quando um jovem chega ao confessionário e fala do pecado da masturbação e o padre fala para o jovem que não tem problema, que ele está conhecendo o corpo, pode ser que o padre não saiba, mas está trabalhando para o pensamento ateu -. Se nós aceitarmos isso, haverá a intolerância religiosa disfarçada de tolerância, fazendo carinha de bom moço.
O diabo não se apresenta com chifre, ele se apresenta de forma atraente, ele é especialista, sabe fazer a cabeça, se apresenta como tolerância.
A Igreja Católica ama de paixão os homossexuais, não existe uma instituição que os ame mais, pois quer os tirar de uma cultura de morte que está os matando, essa vida de sexo livre, está matando esses jovens, por isso ela diz: “meus filhos parem com isso”. Ela ama os heterossexuais que também estão se matando com o sexo livre, por isso ela fala: “meu filho pare de se maltratar porque você foi feito para amar”.
Foto: Robson Siqueira/CN Fiéis participam atentamente da pregação do padre Paulo Ricardo
O sexo é uma criação de Deus e não do diabo. O sexo é uma participação do ser humano na obra da criação. O interior da mulher é algo sagrado, cada mulher que carrega dentro dela aquela pequena vida, ali Deus já realizou seu projeto maravilhoso. O homem é chamado pela sua sexualidade a entrar neste santuário da vida que é a mulher, para obra da criação.Precisamos arrancar o sexo das mãos do diabo, é obra de Deus o sexo. Nós precisamos fazer com que o sexo seja o que é no projeto de Deus, Deus tem um sonho para a sexualidade, e está ligado a nossa capacidade de amar. Mas que terrível! Quando usamos para nosso egoísmo, fazendo das mulheres objetos, usando algo que é para o amor para o egoísmo solitário.
Uma vez que você apresenta a sexualidade como projeto bonito de Deus, o jovem entende isso. Mas quando apresenta só como coisa proibida é claro que o jovem não vai aceitar. Eduque seus filhos, desmascare o lobo, é o pensamento ateu que conduz a morte, a destruição. E os jovens são capazes de enxergar isso,quanto mais você faz sexo sem compromisso, mais fica um vazio na alma. Mostre para ele o lobo, ele será capaz de enxergar. É importante que você os ajude a enxergar.
Os jovens dizem que devem ter um pensamento crítico, seja crítico com você, critique o pensamento que você adotou, um pensamento ateu, desonesto.
Você sabe por que o pensamento ateu está na moda? Veja o que falava o filósofo Friedrich Nietzsche: “Se deuses existissem, eu não suportaria não ser um deles. Portanto, deuses não existem”. Ele mostra que ele é ateu por sua soberba.
Os jovens dizem por que a Igreja proíbe sexo antes do casamento? Não é a Igreja que proíbe, mas a própria natureza. Pense, pelos menos lá em Cuiabá (MT) é assim, eu acho que esse negócio de sexo tem haver com uma criança que nasce, tem haver com bebê, assim como quando você se alimenta tem haver com nutrição, são as finalidades das coisas que Deus pensou. Se um casal de jovem mantém relações sexuais a natureza daquele ato é voltado para ter um filho, eu não estou dizendo que vai ter, mas está voltada para isso, e muitas meninas tomavam pílulas e engravidaram. Veio a criança, ela precisa ser respeita, tem direito a vida e de ter pai e mãe. O pensamento ateu diz, não existe Deus, você que é deus, se a criança não te agrada jogue-a no lixo. Você que é senhora do seu corpo. E nós dizemos não, respeite o Criador. A pessoa se coloca no lugar de Deus, senhora da vida e da morte. Você acha que sexo é lazer? Não, ele é sagrado. A Igreja proíbe sexo antes do matrimônio não porque ele é pecado, mas porque ele é sagrado. No projeto de Deus a criança foi pensada tendo um pai e uma mãe.
Por que a classe falante não aceita isso? Porque se eles aceitarem, eles terão que aceitar a Deus. O que significa ter um Deus? Significa que eu não sou Deus, e o mundo moderno não aceita, ele quer ser deus. Eles não aceitam sermos adoradores, e o Papa João Paulo II fala sobre o ódio dos apóstatas. O apóstata é um cara que abandonou a fé, seguia a Deus e começou a achar que a moral é opressora, não precisa ser tão radical, fanático, católico sim, mas fanático não. Começa ler a Bíblica de um jeito ideológico, na passagem onde Jesus diz: “se você olhar para uma mulher e no seu coração ir desejando-a, já cometeu adultério”. Eles dizem assim: Jesus não disse isso, isso foi acrescentado pela Igreja, isso é radicalismo. Eles pecam na fé que tinham, e arranjam um jeito “light” de entenderem a fé. Talvez seja até um padre que o tenha ensinado ler a Bíblia assim, e ainda dizem: padre fulano que é bom, é um padre aberto para realidade. Aberto para a realidade e fechado para Deus.
O apóstata pisou na própria consciência arranjando um jeitinho de interpretar o cristianismo, e quando você interpreta de forma reta, ele passa odiar você, porque mostra o que ele fez. Um jovem chega para o catequista e diz que não faz sexo com namorada e nem se masturba; o catequista começa a perseguir o jovem porque ele, o catequista, arrumou um jeito “maneiro” de viver o cristianismo, então persegue o jovem porque recorda o que ele fez consigo. Ele vai odiar quem propõe o Evangelho do jeito que ele acreditava antes.
Por que esse pessoal tem horror de ver a manifestação de nossa fé? Porque essa minoria de ateus quer amordaçar a maioria dos cristãos, temos que lembrar a eles que somos cidadãos como eles. Por que vamos ficar calados se somos a maioria? É necessário que essa maioria de cristão que são conservadores reaja. Eu tenho que reagir quando uma pessoa chega na minha igreja e acaba com o que é a razão da minha vida. Só existe um caminho eficaz, você não pode dar uma de bom mocinho, o sexo é sagrado, isso é visão positiva, mas você tem que mostrar o lobo que tenta passar como tolerância cristã aquilo que é intolerância ateia. Não somos ateus, Deus nos criou e tem um plano para nossas famílias, para nossa sexualidade. Temos que deixar Deus ser Deus e não ser Deus no lugar de Deus.
Transcrição e adaptação: Willieny Isaias
ADQUIRA ESTA PALESTRA PELO TELEFONE:
(12) 3186 2600 – Canção Nova
Confira alguns trechos da pregação:
Padre Paulo Ricardo
Reitor do seminário de Cuiabá (MT)
www.padrepauloricardo.org